A
verdade como vítima
Por Josivam Alves
Tivemos ontem à noite e hoje
entre o final da manhã e início da tarde, a oportunidade de assistir aos debates
entre os candidatos ao Governo do Estado. O primeiro, promovido pela TV
Correio, o segundo, pela TV Tambaú, mediados pelos jornalistas Heron Cid e
Rachel Cheherazade, respectivamente. Foram mais dois iguais aos demais.
Os postulantes ao Palácio da
Redenção não apresentaram propostas. Ficaram o tempo todo limitados a
acusações. O destaque maior coube à
troca de farpas entre os candidatos Ricardo Coutinho (PSB) e Cássio Cunha Lima
(PSDB). Chega dá arrependimento perder sono e tempo para ouvir tantas
inutilidades.
Torna-se ainda mais evidente
de que cada um está preocupado consigo mesmo. Parece haver uma busca incessante
pela promoção individual. As atitudes mostram que a vaidade pessoal se encontra
acima de tudo e de todos em detrimento do interesse público. Tiveram espaço e
tempo suficientes para discutir sérios problemas que afligem a Paraíba, mas não
o fizeram.
Em todo o embate os
candidatos apresentavam dados coletados em fontes diferentes. Esses nunca eram
compatíveis. As informações confrontadas eram sempre contraditórias,
satisfazendo às vontades e aos interesses de cada um. Desse modo, fica difícil
acreditar quem está sendo fiel aos fatos. Isso cria uma confusão sem
precedentes na cabeça do eleitor.
Nessa guerra de vida ou
morte, a crueldade das acusações procura afiar as garras para estraçalhar o
adversário. No entanto, fica claro que nesse combate a primeira grande vítima é
a verdade e o maior babaca é o povo. E aí, quem implantou mais leitos
hospitalares na Paraíba? Quem melhor ampliou, treinou e equipou a polícia
paraibana? Quem realizou mais concursos? Cássio ou Ricardo? Esse é o conteúdo dos
debates durante o tempo todo.
Essa disputa besta e
infantil dos dois, para mostrar quem fez mais ou deixou de fazer, é
improdutiva. Ninguém suporta mais tanta mentira. Cada debate é a “xerox” dos
que já aconteceram. O ideal seria nem haver novos debates, mas reprisar os que
já foram realizados. O povo quer a
solução dos problemas e propostas para o futuro. Quem vive do passado é museu.
Esqueçam o retrovisor. Vamos olhar pra frente, gente!
Catolé do Rocha, 27 de
setembro de 2014.